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Como anda o GWM Ora 03?

Aceleramos as duas versões do hatch elétrico em Interlagos para descobrir o que ele tem a oferecer além do estilo

22/03/2024 - Henrique Koifman/ RF1 / Foto: Divulgação / Fonte: iCarros

Disponível aqui no Brasil desde o segundo semestre de 2023, o Ora 03, da GWM é vendido em duas versões: Skin (R$ 150 mil) e GT (R$ 184 mil). Fui convidado para conhecer e experimentar o modelo no autódromo de Interlagos, entre sol e chuva, capacete – e cones limitando a pista.

Usar uma pista de corridas para experimentar um carro elétrico com vocação notadamente urbana pode parecer meio estranho. Mas se você lembrar que uma das características desses modelos 100% a baterias é o, digamos, vigor de sua aceleração, ter espaço livre à frente e certa imunidade às leis de trânsito, tudo faz sentido.

Comecemos, então, por essa parte. Saindo da área dos boxes (pit lane), o circuito para testes se iniciava justamente por uma arrancada, partindo de um ponto assinalado por cones. Pé no fundo e o carrinho arranca com vontade – mas ruído quase nenhum. A ficha aponta para 0 a 100 km/h em 8,2 segundos. Parece até um pouco menos.

Já estava a uns 140 km/h quando foi necessário reduzir bem para passar por um obstáculo, também demarcado por cones e na forma de uma chicane. Com direção bastante direta e muito equilibrado, o Ora 03 zigue-zagueou firme e retomou velocidade bem rápido.

Seguiu-se a série de curvas bacanas de Interlagos, algumas bem fechadas, e aos poucos eu fui ganhando confiança para pisar mais forte nas saídas, deixando para frear mais “dentro” das curvas. Com 171 cv de potência e 25,5 kgfm de torque e respostas instantâneas, o motor do “zero três” ajuda a fazer dele um esportivo bem divertido.

Vá lá que a velocidade máxima é limitada a 160 km/h, mas, com as retas travadas pelos cones (a principal sequer estava incluída) e uma chuva que ia e voltava em intensidades diversas, isso nem chegou a atrapalhar. O ponto alto, mesmo, foi sentir a ótima dirigibilidade do carrinho.

Como a maioria dos elétricos, esse ORA tem seu centro de gravidade bem baixo, por conta principalmente do lastro formado pelas células de sua bateria, instalada sob o piso da cabine. As rodas de liga são de aro 18 com pneus de perfil baixo – 215/60 – e há freios a disco nas quatro.

Com uma suspensão mais para firme (e tropicalizada, adaptada às condições brasileiras) e uma boa distribuição do resto de seu peso – são 1.580 kg totais –, o carro tem um comportamento bem neutro e passa muita confiança. E tudo fica ainda mais interessante pela posição baixa de dirigir que você pode ajustar, característica dos modelos esportivos. 

Duas versões, mesmo desempenho

Ao todo, dei umas quatro voltas com as duas versões do Ora 03 – a mais simples, Skin, e a mais cara e estilosa, GT. E, tirando o visual, não percebi diferença praticamente nenhuma entre o comportamento de ambas. Essa diferença teria sido marcante, porém, se eu tivesse ficado mais tempo na pista.

Diferença na distância que poderia percorrer, pois no GT a bateria é maior, com 63 kWh, enquanto a da versão Skin é de 48 kWh. E isso implica 319 km de autonomia no primeiro e 232 km no segundo, de acordo com os parâmetros do INMETRO.

Mas se são idênticos em desempenho, as versões Skin e GT se diferenciam sensivelmente na aparência e se distanciam um tanto no pacote de equipamentos – que são sempre de série. A começar pelo teto solar panorâmico, que vem com o mais caro.

E, como é de se esperar, o GT tem um visual mais esportivo, com para-choque dianteiro com desenho mais agressivo, aerofólio com pintura destacada e emblemas, combinação de cores mais “radical” – especialmente por dentro.

Além disso, na GT estão recursos como carregador sem fio de celular, massageador e ventilação nos bancos dianteiros (com ajustes elétricos e memória de posição), abertura da porta por aproximação e full park-assist, sistema que realiza toda a manobra de estacionamento de forma autônoma.

Em ambos, porém, o pacote de recursos de segurança é bem extenso, incluindo, entre outros, sete air-bags, alerta e frenagem em tráfego cruzado dianteiro e traseiro, piloto automático adaptativo (ACC) e frenagem autônoma emergencial. 

Há também alerta de pontos cegos e leitura automática de placas de velocidade, além de reconhecimento de pedestres, motos e bicicletas, assistente de permanência e centralização de faixa e um sistema que desvia ligeiramente a trajetória do carro quando cruza com caminhões. 

E, também nos dois, dá para selecionar diferentes modos de condução – Eco, Normal, Esportivo, Esportivo+, Automático e Individual –, que alteram as respostas de aceleração e, também, o consumo da carga da bateria.

Visual do GWM Ora 03 é diferenciado 

Escrevi esse subtítulo aí em cima sabendo que vai ter gente discordando. Isso porque há quem diga que o Ora 03 lembra modelos da Porsche (antigos e contemporâneos), com pitadas de Mini Cooper e do último VW Fusca. Pode até ser, mas na soma geral, o resultado me parece bem original.

O que aproxima todos esses automóveis é o fato de seus desenhos e alguns detalhes fazerem menção a modelos mais antigos, em faróis redondos, capôs, para-lamas e silhueta. Mas detalhes como a traseira desse GWM, por exemplo, são bem originais e realçam sua personalidade própria.

Daí que dificilmente você vai confundir esse Ora 03 com carros de outras marcas na rua. Cheio de curvas e detalhes interessantes por fora, que remetem a tal releitura de um passado fictício, o carro segue a mesma receita por dentro.

O acabamento é quase caprichado, em forrações, painéis e demais detalhes. O tablier, por exemplo, é inteiramente emborrachado e, no conjunto, uma combinação de formas, cores e materiais passa impressão de boa qualidade. E há detalhes cromados em estilo “retrofuturista” aqui e ali.

Um conjunto de teclas na forma de alavanquinhas cromadas, por exemplo, serve para ajustar a ventilação e o ar-condicionado, com um design que não destoaria no painel de um modelo norte-americano dos anos 1950/60. 

Ela fica localizada bem abaixo da grande tela central da multimídia, com 10,25 polegadas, que integra também câmeras e comandos diversos – inclusive do mesmo ar-condicionado. Outra tela do mesmo tamanho, ao lado, contém o painel de instrumentos, totalmente customizável. 

O volante do carro traz botões pelos quais se pode selecionar e alterar uma série de funções, além de uma outra alavanca, onde ficam os ajustes do piloto automático adaptativo. Com desenho também retrô, esse volante é forrado em couro e tem um aro mais fino que o de modelos contemporâneos.

Na parte inferior do painel, uma espécie de linha cromada sublinha esses conjuntos. Nela ficam contidos os difusores de ar, que também tem um quê de memorabilia automobilística.

E então, o GWM Ora 03 vale a pena?

Resumindo a ópera, o Ora 03 é um carro elétrico bem divertido, cheio de personalidade e de tecnologia. Tem preços competitivos, se levarmos em conta seu desempenho, padrão de acabamento e recursos diversos. 

Não é o modelo mais indicado por quem busca por espaço interno, pretendendo levar habitualmente passageiros adultos no banco de trás – que é um pouco apertado – ou muita bagagem no porta-malas, que só comporta 228 litros (com o banco traseiro rebatido, são 858).

Segundo a GWM, o carro precisa de entre três e cinco horas para recarregar de 10 a 80% de sua bateria em corrente alternada, e de 30 a 40 minutos para fazer o mesmo em uma estação de carga rápida. Tem garantia de fábrica de cinco anos para o carro e oito anos ou 200 mil km para a bateria.

A marca está oferecendo ainda dois anos de proteção total extra para a bateria para danos não cobertos pela garantia, um tag de estacionamento e pedágio pago por um ano e ele vem com um carregador portátil de 3,6 kW.

Seu maior concorrente, no momento, é o já sucesso de vendas e também importado da China BYD Dolphin, que tem custos entre R$ 149.800 e R$ 179.800, é mais espaçoso, mas “anda” um pouco menos e tem, no geral, um acabamento mais simples e um visual bem mais despojado.

Há, hoje, alguns outros carros elétricos, até mais baratos, disponíveis em nosso mercado, mas estão também em um nível inferior a esses dois em quase tudo o que eles oferecem

Ambas as marcas, GWM e BYD, estão prestes a inaugurar linhas de montagem no Brasil e esses dois modelos estão entre os mais cotados para serem produzidos em nosso país – o que não deixa de ser um fator tranquilizante em relação à assistência técnica e peças de reposição.

Se você está em busca de seu primeiro carro elétrico, tem consciência de que ele é mais indicado para o uso urbano, não faz tanta questão de espaço para passageiros e bagagem, mas dá um grande valor ao estilo e curte se destacar na paisagem, sim, esse Ora 03 é uma ótima opção.

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