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Estudo indica pontos mais perigosos das rodovias federais

Há trechos onde um acidente fatal ocorre a cada hora, e ocorrências com caminhões são mais letais nos fins de semana

16/06/2014 - MM Editorial / Fotos: Divulgação / Fonte: iCarros

O Programa Volvo de Segurança no Trânsito (PVST) lançou no fim de maio o Atlas da Acidentalidade no Transporte Brasileiro, um conjunto de informações sobre os acidentes rodoviários registrados no Brasil. O trabalho mostra que, em 2012, foram registrados 184 mil acidentes nas rodovias federais do País, com um saldo de 8.665 mortos. O número equivale a uma média de 23,7 mortes por dia, praticamente uma por hora. Além disso, o estudo detalha as principais causas de acidentes envolvendo veículos comerciais (caminhões e ônibus), e os trechos com maior número de acidentes e mortes nas quatro rodovias mais movimentadas do país: a Presidente Dutra, a Regis Bittencourt, a Fernão Dias e a BR-040. Os acidentes com caminhões, por exemplo, predominam durante a semana, mas são mais letais aos sábados e domingos.

O trabalho apresenta dados de acidentes com todos os tipos de veículos e detalha as ocorrências com caminhões e ônibus, reunidas no estudo numa categoria chamada veículos comerciais. “O documento serve de alerta para a sociedade como um todo e para o setor de transporte de cargas e passageiros mais especificamente como uma orientação para circular pelas principais rodovias federais com mais segurança”, destaca Anaelse Oliveira, responsável pelo Programa Volvo de Segurança no Trânsito.

O Atlas da Acidentalidade foi produzido a partir da análise estatística do banco de dados dos acidentes registrados pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) entre 2008 e 2012, nas 103 rodovias federais que cortam o Brasil. O trabalho envolveu, durante quase um ano, a participação de consultores e estatísticos. “Pudemos trazer ao público desde os números gerais sobre acidentes até uma análise específica sobre o transporte comercial, com muita qualidade na informação”, afirma o coordenador técnico do projeto, professor Sebastião Amorim, do Departamento de Estatística da Unicamp e Diretor da Tecnométrica, que já participou de importantes estudos na área para o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

O Programa Volvo de Segurança no Trânsito (PVST) há 26 anos mobiliza a sociedade em busca de soluções para reduzir os acidentes de trânsito em número e em gravidade. Desde 2013, o PVST voltou seu foco de atuação para o transporte comercial de cargas e de passageiros, alinhado à meta global Zero Acidentes, lançada pelo Grupo Volvo.

Uma morte por hora

O Atlas mostra que, em 2012, foram registrados 184 mil acidentes nas rodovias federais do país, com um saldo de 8.665 mortos. O número equivale a uma média de 23,7 mortes por dia, praticamente uma por hora.

Em 2012, a principal causa de acidentes nas rodovias federais foi a falta de atenção ao dirigir, com 61.176 ocorrências, com um índice de gravidade 2,9. Já a ultrapassagem indevida foi responsável pelos acidentes mais graves: 4.132 acidentes, com um índice de gravidade de 5,6. Ela é seguida pela ingestão de álcool, com 7.592 acidentes e índice 4,4; e por dormir ao volante, com 4.625 acidentes e índice de gravidade 4,0.

Segundo o documento, a maior parte dos acidentes acontece durante o dia. Já os mais letais ocorrem no período da madrugada, por volta das 4 horas da manhã. Os acidentes de maior gravidade foram registrados aos domingos, com 70 mortos por mil acidentes, e aos sábados, com índice de 60 mortos por mil acidentes.

Em 2012, os Estados de Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina tiveram o maior número de acidentes, com 26.711, 20.739 e 18.276 ocorrências respectivamente. Minas Gerais também lidera a lista dos Estados com maior número absoluto de vítimas fatais, com 1.196 mortos, seguido pela Bahia, com 859, e pelo Paraná com 854 mortos.

As rodovias MG-381, RJ-101 e BA-116 concentram o maior número de vítimas fatais por trecho de estrada, com 277, 265 e 252 mortos, em números absolutos. A letalidade para estes Estados a cada mil acidentes é de 27,2; 43,2 e 91,2 mortos respectivamente.

Os piores trechos

O Atlas analisou trechos das rodovias que ligam quatro dos principais centros do país: a Presidente Dutra, a Fernão Dias, a Regis Bittencourt e a BR-040.  O estudo estatístico aponta que os pontos críticos normalmente se encontram nas saídas e nas chegadas das cidades.

Na Régis Bittencourt, denominação da BR-116 entre São Paulo e Curitiba, vários trechos são considerados perigosos, como as regiões entre Taboão da Serra e Itapecerica da Serra (SP) e entre o Contorno Leste e o Contorno Sul, em Curitiba (PR). Segundo o Atlas, o maior número de acidentes foi registrado na faixa de cinco quilômetros em torno do km 562, em São Paulo, a 10 km de distância da divisa com o Paraná. Ali aconteceram 360 acidentes em 2012. Já o trecho com maior número de mortes na mesma rodovia são os cinco quilômetros em torno do km 114, próximo ao Contorno Sul de Curitiba, com 9 vítimas fatais em 2012.

Na rodovia Presidente Dutra, ligação da BR 116 entre São Paulo e Rio de Janeiro, a maior concentração de acidentes foi verificada nos cinco quilômetros em torno do km 174, na região do Trevo das Margaridas, no Rio de Janeiro, com um total de 800 acidentes em 2012.  O trecho com maior número de mortes foi em torno do km 206, próximo da entrada para Paracambi (RJ), com um total de 9 mortes.

Na rodovia Fernão Dias, que corresponde à BR 381 entre São Paulo e Belo Horizonte, o ponto mais arriscado está localizado na região de Contagem (MG). Lá, na região do km 494 aconteceram 720 acidentes. Já o trecho com o maior número de mortes fica localizado em torno do km 491, onde aconteceram 16 mortes.

Na BR-040, entre Rio de Janeiro e Belo Horizonte, os acidentes com mais vítimas e em maior número ocorrem nas proximidades da Avenida Brasil (RJ) e também na região entre Barbacena e Santos Dumont (MG). Os cinco quilômetros em torno do km 121, na chegada à Avenida Brasil, no Rio de Janeiro, teve 650 acidentes em 2012. O trecho com maior número de mortos, 13 no total, fica localizado em torno do km 112, pouco antes do trevo da Avenida Brasil.

Caminhões: acidentes predominam na semana

No caso dos acidentes com caminhões, o Atlas registra, por exemplo, que as ocorrências predominam durante a semana, mas são mais letais aos sábados e domingos. De acordo com o estudo, em 2012, 71 mil acidentes envolveram os veículos comerciais, com 4.230 mortos, ou seja, uma média de 11,6 mortes por dia.  “O problema dos acidentes e das mortes envolvendo veículos comerciais é extremamente grave. Ele acarreta perdas que afetam negativamente um dos setores essenciais ao desenvolvimento do País. É preciso ter a dimensão do problema para poder atacar as causas. Por isso a importância de trabalhos estatísticos sobre o tema” destaca J. Pedro Corrêa, consultor do Programa Volvo de Segurança no Trânsito (PVST).

Os acidentes com caminhões acontecem em maior número durante a semana, no período diurno. Já os mais graves ocorrem aos sábados, com 81 mortes a cada mil acidentes, e aos domingos, com 106 mortes a cada mil acidentes. O amanhecer concentra os acidentes de maior letalidade, em especial no horário entre 4 e 5 horas da manhã.

Em 2012 aconteceram 62.852 acidentes envolvendo caminhões, com 3.682 vítimas fatais, um número médio de 10,1 mortos por dia.

A falta de atenção lidera o número absoluto de acidentes, com 21.860 ocorrências e índice de gravidade 2,4. Já os acidentes com maior letalidade foram ocasionados pela ultrapassagem indevida, com 2.036 acidentes e índice de gravidade 5,5; seguidos pela ingestão de álcool, com 1.286 acidentes e índice de gravidade 4,5; e pela velocidade incompatível, responsável por 5.368 acidentes e com índice médio de gravidade 4,3.

Ônibus

Em 2012, ocorreram 10.630 acidentes com ônibus nas rodovias federais. O número de vítimas fatais chegou a 764, uma média de 2,1 mortos por dia. Os acidentes com ônibus acontecem em maior número durante a semana, mas são mais letais aos sábados, com 116 mortes por mil acidentes, e aos domingos, com 138 mortes por mil acidentes. O horário das 4 da manhã é crítico, com as ocorrências mais graves. 

A falta de atenção também foi a maior causa dos acidentes com ônibus em 2012, com 4.092 ocorrências e índice de gravidade 2,5. O principal motivo dos acidentes letais foi dormir ao volante, com 198 acidentes e índice de gravidade 7,2. Os acidentes mais graves também foram causados pela ultrapassagem indevida, com 257 acidentes e índice de gravidade 5,9; velocidade incompatível, com 357 acidentes e índice de gravidade 5,1; e pela ingestão de álcool, com 260 acidentes e índice de gravidade de 5,1.

Pontos com mais acidentes

Na rodovia Fernão Dias, o trecho com maior número de acidentes envolvendo caminhões e ônibus está localizado em torno do km 480,1, na área entre a entrada da MG 040, no Parque Industrial, e a entrada da BR-262 em Betim (MG). Na região ocorreram 285 acidentes em 2012.  Já o trecho com maior número de mortes é em torno do km 676,9, na entrada BR-354, na região de Perdões (MG), com 6 vítimas fatais.

Na rodovia Presidente Dutra, o trecho onde aconteceu o maior número de acidentes está localizado em torno do km 174,1, na área que vai da entrada da rodovia RJ-085, em São João de Meriti (RJ), e a entrada para a RJ-103, em Coelho da Rocha (RJ). No local aconteceram 453 acidentes no ano de 2012. O trecho com mais mortes foi identificado ao redor do km 288,7, que vai da entrada da rodovia RJ-157 até a entrada da RJ-159, em Floriano (RJ). Foram contabilizadas 4 mortes no local em 2012.

Na rodovia Régis Bittencourt, o maior número de acidentes foi identificado na área de cinco quilômetros em torno do km 113,4, na região da entrada da BR-376 e a da BR-476, na região do Pinheirinho, em Curitiba (PR). Lá ocorreram 101 acidentes em 2012. Os arredores do km 99,1, na área que abrange a entrada da BR-277 e a entrada da BR-376, registrou o maior número de vítimas fatais, com 4 mortos em acidentes envolvendo veículos comerciais.

Na rodovia BR-040, o maior número de acidentes ocorreu nos cinco quilômetros ao redor do km 121, no trecho localizado da entrada da RJ-103 até a entrada da RJ-071/081, na área da Linha Vermelha. Os acidentes no local somaram 285 ocorrências. Os cinco quilômetros em torno do km 744,1, na região da entrada da MG-452 e da entrada da BR-499, em Santos Dumont (MG), foi o trecho com maior número de mortes, com 7 vítimas fatais.

O estudo completo pode ser acessado no portal do PVST (aqui) e na página do programa no Facebook (aqui).

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